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AQUAECO



PEIXES




 

Apresentação

Com a possibilidade de se usar técnicas semi-intensivas e intensivas de criação, a piscicultura promete resultados animadores em produtividade, qualidade e retorno econômico. Por essa razão, surge como atividade econômica alternativa. 

Mercado 

O progresso nas técnicas de reprodução, manejo e alimentação e a melhoria de instalações tem gerado as condições básicas para se expandir a piscicultura, visando ganhos econômicos com o suprimento de um mercado promissor. Esse mercado é representado pelo aumento crescente da demanda tanto de peixes in natura, destinados a peixarias, supermercados, feiras e outros, quanto o consumo industrial, para a produção de filés, e o abastecimento dos pesque-pagues, que se multiplicam em áreas próximas dos centros urbanos, como atividade recreativa. 

De acordo com José Lopes Germano, gerente de pecuária da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (EMATER-DF), os projetos de desenvolvimento da piscicultura podem ser realizados em vários tamanhos, mas só passam a ser rentáveis quando feitos em tanques a partir de 1.000 m2.

Criatório

Para a implantação de um criatório de peixes, inicialmente, o produtor deve analisar se tem condições efetivas de desenvolvê-lo, uma vez que, para se tornar lucrativo, demanda investimento inicial considerável em instalações, equipamentos e conhecimentos técnicos e mercadológicos. 

Tipos de vivieros

Normalmente, os tipos de viveiros observados são:

. POR BARRAMENTO. Consiste na interrupção de um curso d'água, formando viveiros de baixo custo de construção. Entretanto, apresentam características como fundo irregular, falta de condições para controlar o fluxo de água que entra no viveiro, maior dificuldade de controle de predadores e também da densidade (peixe/m2). São, portanto, de difícil manejo cultural. 

. POR DERIVAÇÃO, ou seja, os escavados. Esse tipo possui custo de construção maior, dada a necessidade de movimentação de terra, que pode variar de 0,6 m3 a 0,8 m3 para a construção de 1m2 de viveiro, dependendo da topografia do terreno. Contudo, suas características permitem controle melhor do volume de água, da densidade de peixes e dos predadores, o que proporciona melhor produtividade. 

. VIVEIROS-BERÇÁRIOS. Nos sistemas que utilizam níveis mais altos de tecnologia, é necessário utilizar esse tipo de viveiro, que têm como objetivo aumentar a taxa de sobrevivência dos alevinos. Sua proporção é de 1:1,7, ou seja, 1 m2 de viveiro-berçário para cada 1,7 m2 de viveiros de criação, podendo os primeiros ter tamanhos que variam de 500 a 1.500 m2. 

Tecnologia

Entre as tecnologias, atualmente em uso na criação de peixes contam-se os sistemas de produção semi-intensivos, que incluem técnicas de exploração com baixa renovação da água (menos de 5% ao dia) e nível baixo de monitoramento de sua qualidade, contando-se apenas o monitoramento de sua transparência e, em conseqüência, com uma produtividade anual por hectare inferior a 5.500 Kg de peixe e baixa rentabilidade. 
Outro sistema semi-intensivo possível de ser desenvolvido incorpora mais tecnologia, com uma taxa de renovação da água do viveiro entre 5% e 10% ao dia, nível intermediário de monitoramento da qualidade da água, com acompanhamento de sua transparência, das temperaturas máxima e mínimas, pH e níveis de alcalinidade, e uso de viveiros-berçários, de forma a aumentar a taxa de sobrevivência dos alevinos, obtendo-se produtividade anuais médias entre 6 mil a 10 mil Kg/ha/ano.

Por último, tem-se o sistema intensivo de criação. Caracteriza-se por uma tecnologia de produção que envolve a renovação de mais de 10% da água do viveiro por dia, intensivo monitoramento da qualidade da água, acompanhando-se a transparência, temperaturas máximas e mínimas, pH, alcalinidade, oxigênio dissolvido e amônia, somando o uso de aeradores na proporção de 4 HP/ha e o uso de viveiros berçários, alcançando a produtividade média anual acima de 10 mil Kg/ha.

Sistemas de criação

Com a finalidade de se obter resultados compensatórios, busca-se um maior rendimento dos viveiros, como forma de obter melhor rentabilidade. São os seguintes os sistemas de criação estudados, expostos para que possam servir como modelos aos interessados:

1) Sistema de criação semi-intensivo, por barramento, com baixos níveis de monitoramento da qualidade da água.

2) Sistema de criação semi-intensivo, por derivação, com níveis intermediários de monitoramento da qualidade da água e tecnologia de manejo.

3) Sistema de criação semi-intensivo, por derivação, terreno plano com baixa movimentação de terra, com alto nível de controle do manejo cultural das espécies de peixe e monitoramento intensivo da água, inclusive com o uso de aeradores mecânicos.

Informações adicionais

Nas décadas de 30 e 40 foram introduzidas, no Brasil, a carpa comum, a tilápia do Nilo e a truta arco-íris. Nos anos 60 é que foram importadas as carpas chinesas. A aceitação da carne destas espécies, porém, não correspondeu às expectativas dos criadores. Apesar do rápido crescimento e da facilidade em seu manejo, a carpa comum não consegui boa inserção no mercado consumidor de peixes por causa do sabor de sua carne. O mesmo aconteceu com as carpas chinesas. 

Melhor destino teve a criação de trutas arco-íris que tem boa aceitação nos estados do Sul e do Sudeste do país. Atualmente, está sendo experimentada a introdução no mercado brasileiro de mais duas espécies exóticas: o bagre-do-canal e o bagre africano.

A pesquisa no desenvolvimento da piscicultura progrediu e hoje várias espécies nativas, como o tambaqui, o pacu, a curimatâ e o piau, estão sendo produzidas em larga escala pelos criadores nacionais. Embora em algumas partes do país, principalmente na criação das espécies exóticas, os resultados colhidos sejam excelentes, não se pode dizer que a piscicultura brasileira seja desenvolvida. A criação destinada ao consumo doméstico é de baixa produtividade, comparada a índices obtidos em outros países.

Cenário

O estabelecimento da produção total da piscicultura brasileira não é tarefa fácil. A estimativa é de que sejam produzidas em torno de 25.000 toneladas/ano. Boa parte desta produção cabe a estações públicas de criação de alevinos. Existem cerca de 70 estações destas no país, que produzem, aproximadamente, 80 milhões de alevinos/ano. Mesmo com estes condicionantes, o mercado brasileiro ainda tem muito espaço para novos empreendimentos. Mas, como em todo negócio, o sucesso vai depender de como ele será conduzido pelo seu proprietário.

O que leva ao sucesso

Os fatores primordiais para o sucesso de uma criação de peixes são a qualidade do produto, o preço competitivo, a localização adequada, a facilidade para distribuição e a diversificação de espécies. De todos esses fatores, o principal é, sem dúvida, a qualidade sanitária do produto. A ela, segundo especialistas do ramo, está ligado diretamente o sucesso de um criatório. Para isso, são essenciais os cuidados veterinários com a criação, a limpeza geral dos tanques, a boa saúde dos empregados e a qualidade das rações, além de boas instalações e manutenção adequada.

Fornecedores

O conhecimento dos fornecedores, com o maior número de dados possíveis, é fundamental para o sucesso de uma empresa do ramo. No caso da criação de peixes, a melhor forma de travar contato com os fornecedores é procurando indicações com as associações de aquicultores da região. 

Desta forma serão obtidas informações, nas quais se pode cobrar responsabilidade, na qualidade dos alevinos e rações fornecidas. Diante da inexistência de associações de criadores, uma outra opção segura é buscar indicações nos escritórios públicos de manejo rural, como é o caso da EMATER e dos postos das secretarias de Agricultura. Nestes escritórios, assim como nas associações, podem ser encontradas relações de locais onde podem ser adquiridos os alevinos. 

Exportação

A demanda por peixes ornamentais é crescente no exterior. Atualmente, mais de 50 produtores brasileiros exportam. Somente no ano passado eles venderam, juntos, mais de US$ 3 milhões, para 33 países. Parte desses produtores vende animais adultos. Outros comercializam apenas os alevinos. A produção nacional e a exportação devem obedecer à regras legais, entre elas a Portaria Ibama 62N/92, que relaciona espécies protegidas e permite que apenas os animais provenientes de criatórios devidamente cadastrados sejam vendidos a outros países.